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CRIME OU INJUSTIÇA?

By 12:16

Como sempre, eu venho com assuntos completamente inúteis e que ninguém dá bola. E esse motivo é por eu ter um emprego em que eu fique ociosa (popularmente conhecido como vadiação) e acabo pensando besteiras.

Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, pode estar morta neste exato momento. Não é certeza, mas boato.

Primeiro: quem é Sakineh? Ela é uma iraniana acusada de adultério e de participar da morte do marido, junto com dois de seus amantes. Mesmo diante dessas acusações, ela relata que se relacionou com outro homem somente após o falecimento de seu marido.

Segundo: pode estar morta? Ela foi condenada à morte pelos crimes de homicídio e adultério. Com diversas reivindicações e protestos, a sentença foi modificada e a data de execução adiada. E, ao que se sabe pela imprensa, a ultima data marcada foi para dia 03 de novembro de 2010, quarta-feira. (Primeiro dia em que eu deveria ter começado o novo trabalho... Coincidência? Eu acho que não).

Em seu primeiro julgamento ela recebeu 99 chibatadas, por manter “relacionamento ilícito” com dois homens, mas dizia que seu marido já havia morrido na época. Mas quando o processo foi novamente aberto, em outro tribunal que julgava um dos dois homens envolvidos na morte do marido, ela foi condenada por cometer adultério enquanto seu marido ainda era vivo.

O que eu achei mais engraçado nessa história toda é o fato de aparecer em várias manchetes que o presidente Lula teria oferecido asilo para a mulher aqui no Brasil. Como se fosse um país muito influente. Deixando claro que não recrimino o Brasil ou quero colocá-lo como sendo um aglomerado de terra ocupando espaço no mundo. Só acho que copa, olimpíada e tentativa de parecermos mais do que realmente somos é meio ridículo e vergonhoso.

Minha sincera e humilde opinião é que assassinato tem que ter uma condenação. Mas “olho por olho” é realmente uma boa opção? Depende muito do crime. Eu até acho razoável o que fazem com estupradores presos. Assassinato é... bem, é mais complicado. Quando não há a intenção de matar, ou quando é por defesa. Para o bem pessoal, não há como julgar.

Por isso não tenho opinião sobre o fato de ela poder participar da morte do marido. Se foi planejado, até concordo com certas penas. Eu sou a favor da pena de morte. E se uma pessoa planejou, a sangue frio, cada mínimo detalhe de um crime, não acredito que ela possa nunca mais pensar em algo assim. Tem certos assassinatos que eu até acho que devem ser reconstituídos com o criminoso. Esfolamento até a morte resulta em um segundo esfolamento. Tortura com cada parte do corpo cortada em pequenos pecados, tem que ter a mesma punição. Não é justo uma só pessoa sofrer. Mas como dizem, o mundo é injusto.

Quando o presidente ofereceu asilo à Sakineh, teve como resposta que Lula era uma pessoa “emotiva e desinformada”. Por ser em outro país, a imprensa não conseguir fatos detalhados do ocorrido, não podemos saber o que a mulher fez. Não sabemos se ela é uma criminosa, alguém que buscou a auto defesa e preservação, ou uma mulher injustiçada por simplesmente ser mulher.

A única coisa que posso dizer com certeza é que morte como resultado de traição, é ridículo. Pessoas têm direito de errarem na vida. De descobrir que seu verdadeiro amor não é aquele que esta sentado todo o tempo no sofá ao seu lado, principalmente exigindo que pegue outra cerveja gelada. Errar não é motivo de morte, mesmo que eu considere traição muito errado. Acredito que isso já é mais questão de consciência. É como o aborto, se você pode suportar fazer algo assim, então não há problema.

No quesito traição, é a pessoa que estará suportando as mentiras e a vergonha de ter feito mal a um ente querido, mesmo que esse sentimento esteja no passado.

Assassinatos nós julgamos, e decidimos a pena de acordo com o crime, não por raça ou sexo. Não é por ela ser mulher que pode ser morta. Não é por ela ser mulher adultera que a justiça tem o direito de puni-la. Se quiserem fazer isso, okay, mas então o homem também deve ser punido. Querem monogamia, então é monogamia para todos.

(A trágica história feminina virá um outro dia... mas sério que a mulher tem que ser inferior, punida e obediente? Ela dá a luz uma bola de basquete por um buraco que permite a passagem de uma bolinha de ping-pong. Já imaginaram a dor? Homens, já imaginaram a dor? Depois disso tudo ainda tem que sofrer com submissão e injustiças?).

E traição... bem, traição é a própria pessoa que julga. Eu sempre falei que estava tudo bem me traírem, contanto que eu não fique sabendo, do contrario...

... salve-se quem puder.

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