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Resenha de "Éramos Jovens na Guerra"

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Título: Éramos jovens na guerra
Autor(a): Sarah Wallis; Svetlana Palmer
Páginas: 288

CALMA!




Esse é um livro que trata de História, mas mesmo que você não goste desse assunto, não precisa fugir. Éramos jovens na guerra é para todos. Fãs de romance, fãs de ação, fãs de drama, fãs de terror... Aposto um rim que amarão essa obra.

Bem, vamos lá: esse livro tem como plano de fundo a Segunda Guerra Mundial. E o que vem a nossa cabeça? Hitler, holocausto, EUA, Pearl Harbor e por aí vai.

Já li bastante a respeito, mas, querendo ou não, as informações que absorvemos acabam se repetindo: o que desencadeou a guerra, suas estratégias e inovações militares, batalhas, acordos, consequências. 

Tópicos pelos quais muita gente não se interessa ou acha chato. Acabam lembrando das aulas de história do ensino médio, da decoreba. E quando se pega um assunto desses - uma guerra mundial - os dados se assemelham e nós ficamos atados a uma visão mais grandiosa do conflito: aprendemos quem foram os personagens importantes, quem eram os presidentes e líderes da época, motivos, batalhas, generais...

Essas informações são importantes? Claro!

Porém, há muito mais. Ao prestarmos atenção (ou não) no grandioso, esquecemos da realidade... Esquecemos daqueles que mais foram atingidos. 

As pessoas comuns.

Civis. Jovens como eu e você, especialmente.

E é deles que esse livro trata. 

Éramos Jovens na Guerra é uma compilação de cartas e fragmentos de diários de crianças e adolescentes que viveram na Segunda Guerra Mundial. De variadas nacionalidades, afetados diretamente ou não pela guerra, eles transmitem seu cotidiano, seus sofrimentos, suas esperanças. E nós, leitores, somos jogados em seu universo, convivendo com eles, identificando-se com suas falas e personalidades. É como se estivéssemos por perto, fôssemos seus confidentes – e é isso que torna essa leitura cruel e incrível.

Nós nos deparamos com a aterrorizante realidade daqueles que tiveram suas vidas arruinadas de um instante para outro. Vivendo em meio ao caos, eles sofrem consequências inimagináveis: fome, perda, humilhação. E nós nos descobrimos torcendo para que ele/ela sobreviva, ansiando por um final feliz. E nisso eu incluo jovens alemães, austríacos, poloneses, japoneses...

Mas não é só de tragédias que se vive, certo?

Mesmo com o sofrimento e as dificuldades, há luz ou um fiozinho de esperança. Conhecemos demonstrações de coragem e força que superavam os mais bravos soldados; meninos e meninas que acreditavam na sobrevivência, no dia seguinte... Que acreditavam que os líderes e seus exércitos iriam, de alguma forma, chegar a um acordo e alcançar a paz. 

Mas, que fique claro – digo líderes porque não quero vilanizar ninguém. As guerras são feitas por homens, não monstros. Há seres humanos lutando pelo poder, influência e sobrevivência, há a indiferença daqueles que poderiam ter feito a diferença e há a neutralidade daqueles que deveriam ter agido antes. 

Tanto que nesse livro, nós conhecemos os testemunhos das etapas da guerra: o estranhamento diante das ideias de Hitler e sua cúpula, a demora da reação britânica, a confusão provocada pelo pacto de não-agressão entre URSS e Alemanha, a indiferença e incrível atraso dos Estados Unidos para entrar na guerra. E, finalmente, a aterradora falta de interesse de todas as “grandes nações" para com os milhões que sofriam e morriam. 

Concluindo: esse livro é para todos. Leitura simples e rápida, divida entre os diários e cartas dos jovens. Não importa se você gosta de romance, terrou ou auto-ajuda; seja o que for, é bem provável que você se apaixone por esse livro. Com ele, você não irá aprender - mas viver o que aconteceu naquela primeira metade do século XX.

E sabem de uma coisa? Ao terminar a leitura, eu acabei me lembrando da frase um outro livro muito bom e que resumia perfeitamente os sentimentos deixados por Éramos jovens na guerra:

Definitivamente, os seres humanos me assombram.


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