Olhar vago, fixo em um ponto qualquer do espaço. O sol esta se pondo na imensidão do horizonte. Ali, sentada na imensa escadaria da faculdade, olhando as luzes da cidade se acenderem, do alto do morro, os carros correndo velozmente pela faixa logo abaixo, minha mente esta vazia. Depois que se toma a pílula vermelha e decide escolher o caminho da verdade, não há mais volta. Tento encontrar a verdade. Penso.. penso... Mas desisto.
Não lembramos de tudo o que vemos. Mas o que nem todos percebem é que nem sempre vemos aquilo que pensamos ver.
Esse post vai ser, o que normalmente gosto de denominar como “plagio mal feito”, um resumo beeem resumido para aqueles que não gostam de ler paginas e mais paginas de cientificidade. Tirado dos estudos do Kentaro Mori - Duvidas Razoaveis...
Bem vindos ao mundo da Kah, onde as mais loucas teorias residem e o questionamento é a ferramenta que move a vida. Se não dormir até o final do post, parabens... ^^
PONTO CEGO
Bem, realmente fui fazer esse teste com a Jana, mas no meio da monótona aula de Realidade Brasileira e Cidadania, meu cérebro não funcionava direito para dar as reais dicas para ela. Tanto que ela me preveniu para não escrever sobre isso no blog... Mas eu persisto.
Todos nós temos um ponto cego em nosso olho, uma partezinha em que não vemos absolutamente nada, mas o cérebro utiliza as informações ao redor dessa pequena área inútil para dar a falsa ilusão de realmente vermos tudo a nossa volta. Vamos para a pratica.
Se você nunca experimentou o ponto cego de seu próprio olho, feche o olho direito e fixe o olho esquerdo na bolinha vermelha. Feito isso, aproxime-se lentamente do monitor, sem deixar de fixar a bola. Quando estiver a mais ou menos um palmo de distancia, a estrela azul deve sumir – isso porque você passou pelo ponto cego. Se continuar se afastando ou se aproximando, a estrela surge outra vez. Faça isso com bastante calma e atenção e verá o resultado.
MEMORIA INDUZIDA
Nossa memória funciona de forma diferente do que acreditamos. Não só não vemos aquilo que achamos que estamos vendo, como aquilo que já vimos. Alem disso, a parte do cérebro que é responsável por armazenar as imagens que nossos olhos captam, também armazena o que imaginamos.
Em um experimento, a psicóloga americana Elizabeth Loftus mostrou a um grupo de voluntários como funciona a síndrome da falsa memória. Mostrou a eles um vídeo do nosso queridíssimo Pernalonga abraçando e brincando com crianças na Disneyworl, e perguntou a eles se lembravam-se de ter abraçado aquele bichinho felpudo e tocado suas enormes orelhas.
Até um terço dos sujeitos levantaram a mão, afirmando terem visto o desenho animado na Disney. Mas como muitos já devem ter percebido, o coelho Pernalonga pertence a Warner, concorrente da Disney. Por isso nunca foi visto Pernalonga e Mikey juntos em um desenho.
O que Loftus fez foi implantar uma falsa memória. Não é algo tão complicado que requer equipamentos especiais. Como no exemplo acima, uma montagem já fez um bom serviço, é só ter os estímulos certos e palavras adequadas para tal.
FALSA VERDADE VERDADEIRA
Em um distante lugar, com mais uma penca de voluntários, pesquisadores, dessa vez suecos, fizeram outro experimento. Mostraram fotos de duas mulheres e perguntaram para cada um (em particular, claro), qual delas achavam a mais bonita, e também pediram para que explicasse o porque da escolha. Mas o que não sabiam é que depois de feita a escolha, o pesquisador dava um jeitinho de trocar a foto, e o voluntário, sem perceber, acabava falando dos atrativos da moça a qual não havia verdadeiramente escolhido.
Apenas um em cada cinco voluntários percebiam a troca, o restante continuavam confabulando sobre seus motivos, sem perceber que não era aquela a mulher de sua escolha. Uma verdade vinda de uma farsa. Uma escolha que não era a sua.
POR FIM O LIVRE ARBITRIO
O livre arbítrio se dá pela liberdade de escolha do ser humano. Decidir ir para a direita ao invés da esquerda. Comer sorvete em um dia frio ao invés de um bom chocolate quente.
Porem...
Sempre há um porem.
Em meados dos anos 80, um experimento, com o intuito de mostrar como funciona o cérebro, mostrou a velocidade com que as informações são processadas por ele e efetuadas por nós mesmos, de forma física.
Assim se dá o experimento de Libet: um sujeito, sentado em uma cadeira, com uma série de sensores, olhando fixamente para um ponteiro girando, como se fosse um relógio, deveria dizer em qual posição se encontrava o ponteiro no momento em que tomasse a decisão de apertar um botão. Assim o cientista saberia a velocidade com que a informação levou para ser processada e posta em pratica.
Como esperado, a tomada de decisão ocorreu em torno de 200 milissegundos, antes do movimento ser realizado de fato. Porém, o resultado realmente intrigante esteve associado à atividade cerebral e algo chamado “potencial pré-motor”.
O que Libert descobriu foi que o potencial pré-motor antecede a consciente relatada em até 350 milissegundos. Isto é, quase meio segundo antes de você “sentir” a vontade de apertar o botão.
Então o seu livre arbítrio, a vontade de mexer o pulso naquele exato momento seria apenas uma ilusão. Seu cérebro já trabalha em um determinado padrão, como se adivinhasse o que você pretende fazer. Sua consciência seria um tipo de marionetes de processos cerebrais inconscientes.
Uma ilusão não é algo que não existe. É como se fosse uma miragem. Por isso, quando digo que a consciência é uma ilusão, não estou dizendo que ela não existe. O que estou dizendo é que ela não é o que parece ser.
Como já vimos, não captamos certas informações, mas nosso cérebro preenche esse vazio com informações ao redor. Alem de termos visto como se pode implantar falsas memórias de um modo fácil na mente humana. E também em como somos bons em justificar coisas que na verdade não foram nossa escolha.
Essa é a realidade em que vivemos. Até onde sei, grande parte da nossa vida gira em torno de uma ilusão. Não quer dizer que não existamos, ou que não tenhamos consciência ou livre arbítrio. Mas a ciência evidencia que eles não são o que aparentam.
Mas não precisam ficar preocupados por coisas tão básicas serem praticamente uma ilusão, pois são essas ilusões que nos fazem sobreviver. Pois se vivêssemos constantemente vendo nosso ponto cego, sabendo que nossa memória é pouco confiável, por não conseguir absorver muita informação e memória, e que podemos racionalizar decisões alheias como se fossem nossa. Ou viveríamos constantemente abalados, desconfiados e com medo; ou morreríamos em poucas horas, isolados, sozinhos em uma savana selvagem.
Mas como já falei antes, não é porque conseguimos sobreviver por causa dessas ilusões, é que devemos aceitá-las como parte da vida e da regra que Deus nos impôs, como não comer a maça da arvore proibida. Nos questionarmos sobre tais coisas é que nos torna mais humanos, mais donos de nós mesmos e nos da o livre arbítrio para tomar as nossas próprias decisões.
E por hoje é só pessoal...
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