Crítica de The Casual Vacancy - Morte Súbita (Premiere)
Era questão de tempo até essa obra de J.K Rowling, a aclamada autora de Harry Potter, se tornar algum tipo de mídia. Felizmente, dessa vez, não foi filme a opção - mas uma minissérie. Afinal, Morte Súbita é um livro muito detalhista, com vários personagens e teias que os entrelaçam, misturam, unem, desunem.
Ou seja.... Era loucura demais para resumir num filme.
O melhor de tudo é que faz um tempinho que eu li Morte Súbita, por isso, ao assistir esse episódio, fui tendo algumas surpresas - já que eu só me lembrava do principal. Assim, não haverá perigo de spoiler dos próximos episódios...
Porque eu não lembro de nada MESMO.
Comecemos com o básico: temos um belo e pitoresco vilarejo chamado Pagford, Inglaterra. Tudo fofinho, casinhas de pedra, praças, flores. Do lado, temos um lugar não tão pitoresco: Fields, onde as pessoas mais pobres vivem. Quero dizer, a parte pobre/Fields se parece bastante com os bairros comuns que a gente vê por aí, mas é o lugar menos favorecido, onde moram ladrões, drogados, prostitutas (e pessoas comuns, claro).
O Conselho de Pagford é uma espécie de mediador entre esses dois lugares tão diferentes, porém, vários membros desejam ardentemente fazer uma divisão com Fields, evitando que seus moradores circulem livremente pelas ruazinhas de Pagford. Apenas a minoria do Conselho está disposta a fazer o certo e continuar ajudando aqueles que precisam - dentre eles, se destaca Barry Fairbrother. Bom cidadão, amigo de todos, sempre pronto para ajudar.
Algo que eu lembrava do livro é que não havia muito sobre Barry; nós conhecíamos ele por meio dos outros personagens. Aqui a série fez um baita acerto: temos uma noção da rotina de Barry e por tabela, acabamos simpatizando com ele - o que faz com que sua morte súbita seja mais trágica.
É, não é muito bem um spoiler, mas Barry morre de qualquer jeito. E esse é um acontecimento que afeta a cidade toda, arrasando alguns, alegrando outros.
A principal coisa a dizer é que os atores estão perfeitos. Cada um deles conseguiu captar muito bem a essência do que eu lembrava dos personagens - de fato, graças á ótima atuação, consegui me lembrar de alguns personagens; como Howard, o líder do Conselho. Ele e sua esposa Shirley são velhinhos nojentos e os principais opositores à Barry, loucos para fazer com que nada possa manchar a preciosa Pagford.
Também há Sam, esposa do filho patetão de Howard, que faz questão de demonstrar o quanto odeia seus sogros (amei ela automaticamente).
Temos o núcleo adolescente, fundamental para a trama. Atores incríveis também! Dá pra acreditar neles. Não são aqueles rostinhos bonitos fabricados para a tela, mas pessoas reais que passam uma credibilidade absurda. Destaque para Krystal e Andrew: ela, filha de mãe drogada e ausente, que se veste de forma provocante e diz 9283 palavrões a cada sentença. Ele, filho de pai violento e mãe submissa. Ambos enxergavam em Barry um exemplo, uma base. Os dois estão perfeitos.
Se você não leu o livro (ou não lembra de 93% dele, como eu), provavelmente se atrapalhou com a quantidade de personagens. Mas a série já deu a entender que cada um deles será muito bem desenvolvido e inserido na trama - porque nenhum personagem é gratuito. Todos eles estão na história por um motivo bem específico e terão seu espaço...
Principalmente por conta daquele final. Barry não está tão morto quanto a cidade acreditava - ou pelo menos, tem uma pessoa disposta a preservar a memória do falecido... E sua ferramenta para isso é revelar os mais sujos segredinhos de Pagford.
Porque... Não tem jeito, né? É impossível manter segredos numa cidade pequena. E Pagford tem vários. Se preparem, porque The Casual Vacancy vai chocar todo mundo.
Resumindo: estou muito ansiosa para o próximo episódio. Amor eterno á Pagford!
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